Fórum de Coordenadores dos Programas de Pós-Graduação em Ciência da Computação

Fórum de Coordenadores dos Programas de Pós-Graduação em Ciência da Computação

O Fórum de Coordenadores de Programas de Pós-Graduação em Ciência da Computação congrega os coordenadores da área e, anualmente, faz uma reunião com os coordenadores.

A pauta da reunião segue o tradicional: apresentação do fórum, devolutiva dos grupos de trabalho, um painel (o deste ano foi sobre gestão dos programas com recursos escassos) e a tradicional conversa com os representantes da Ciência da Computação na CAPES. O

Na apresentação do Flavio Silva (vice-coordenador do Fórum), foram apresentados alguns números sobre o tamanho da área da Ciência da Computação na CAPES. Reforçando o caráter conservador da área, 13% de nossos programas estão nos níves 5,6 e 7, ficando em 29a. posição (de 36). A título de comparação, outras áreas como Ciências Biológicas (57%) e Medicina (50%) possuem muito mais programas em tais níveis. Será que nós que não temos qualidade ou nós somos muito críticos e exigentes quando ao nosso trabalho?

Na segunda parte, foram feitos grupos de discussão. Participei do grupo de trabalho com Milene Selbach Silveira (PPGCC/PUCRS), Renata Araujo (Computação Aplicada-UPM e PPgSI EACH-USP), Carla Negri Lintzmayer (PPGCCM/UFABC), Fábio M. Costa (PPGCC/UFG), William Robson Schwartz (PPGCC/UFMG), Luiz Henrique Andrade Correia (PPGCC/UFLA) e Zhao Liang (PPG-CA, USP, Ribeirão Preto). Considerando as contribuições do nosso grupo e dos demais (outros quatro grupos), compilei as seguintes pontos e sugestões:

  • Comunicação do Fórum:
    • Manter a interação com os coordenadores de área.
    • Estabelecer outras plataformas para sistematizar a comunicação no Fórum, tanto em comunicação instantânea quanto ao registro de conhecimento.
    • Realizar reuniões mais frequentemente.
    • Apoiar fórum regionais.
    • Apoiar a participação de docentes dos programas nos grupos de trabalho.
  • Ações do Fórum:
    • Criar uma estratégia conjunta de acompanhamento que ajude a efetivar as recomendações e ações dos grupos de trabalho (GT) e do Fórum em instâncias superiores.
  • Melhorar práticas dos programas (ensino e pesquisa):
    • Como consolidar o que pode continuar no pós-pandemia (ensino remoto).
    • Mecanismos de autoavaliação pelo Fórum.
    • Aumentar colaboração com outros programas de pós-graduação.
    • Evidenciar a contribuição da Ciência da Computação para a sociedade.
    • Evoluir a comunicação dos trabalhos (eliminar a síndrome do Qualis).
    • Promover interação com a indústria e com a sociedade, com auxílio/articulação da SBC (não exclusivamente).
  • Fomento:
    • Propor um conjunto de critérios equilibrados para fomento.
    • Aumentar a quantidade, valor e distribuição de bolsas.
    • Fomentar cooperação com empresas via editais, projetos, Lei de TIC e Lei do Bem.
  • Gerenciamento de programa:
    • Transparência da avaliação pela CAPES.
    • Critérios de avaliação de programas (CAPES) claramente definidos e com antecedência.
    • Melhorar sistemas de gestão (racionalizando o tempo dos coordenadores).

Após essa dicussão, começou a sessão sobre o tempo de vacas magras. O cenário de estudantes em dedicação de tempo parcial é fato (Jussara, UFMG, Nível 7), ocorrendo uma adaptação do programa e mudança de cultura para buscar integração com a indústria e afins (Embrapii, empresas públicas e privadas, ministério público, startups). A educação híbrida, embora um desafio, é visto como um requisito para vários programas, principalmente aqueles no interior, e um risco quanto à desregulamentação e migração de estudantes para os grandes centros.

No entanto, de modo geral, as soluções são pensadas para os programas consolidados, nível 5 ou mais (e com doutorado). Para a maioria dos programas da Ciência da Computação, de nível 3 ou 4, o cenário é bem diferente. Conforme apontado pela Linnyer Beatrys Ruiz e nas perguntas que protocolei: Como propiciar aos PPG segurança para investir nesta adaptação de cultura (considerando fomento e avaliação CAPES)? Como promover a cultura de colaborações de empresas com PPG de níveis 3 e 4 (mestrado)? Como o Governo e entidades (SBC, fundações) podem contribuir para evoluir este cenário?

Depois do almoço, após o SECOMU, aconteceu a reunião com o Comitê de Área de Ciência da Computação da CAPES. Vários tópicos foram apresentados e dúvidas retiradas. Na apresentação do Paulo Cunha, foi apresentado um relatório da atual comissão. Somo 88 Programas de Pós-Graduação em Ciência da Computação, sendo 29+14 apenas de mestrado acadêmico (PPGCC-CM está aí!) e profissional, 3 apenas de doutorado (programas em associação), 40+2 de mestrado/doutorado acadêmico/profissional. No total, isso representa 130 cursos de pós-graduação em Computação! Outro ponto que chamou a atenção foi o sucesso em diversas das iniciativas planejadas e a falha em algumas que atingem diretamente o PPGCC-CM, especificamente quanto à expansão e fortalecimento da área: mecanismo de apoio aos programas iniciais (emergentes) e fortalecimento de mobilidade nacional (PROCAD, solidariedade com outros programas). Bom, não dá para querer tudo :-)

Na apresentação do Avelino Zorzo, foi apresentados detalhes sobre o processo de avaliação: calendário, escolha das comissões. O cronograma geral da avaliação compreende desde a finalização do coleta até a divulgação dos resultados após recursos (em março de 2022). As datas para as atividades da avaliação quadrienal estão em constante revisão, mas o Avelino repassou as datas disponíveis até então. Até início de setembro teremos o Qualis Periódico e Eventos elaborado. Nas próximas semanas o CA-CC receberá os eventos e revistas do Coleta 2020 e poderão proceder para a atualização dos dados.

Neste ano, buscou-se diversificar o corpo de avaliadores (quanto à região, gênero), convidando-se um docente de cada programa nível 5, 6 e 7, complentando-se com docentes permanentes dos programas 3 e 4.

De interessante, observo a questão do Roberto Bittencourt, sobre a possibilidade de indicação dos eventos de Educação em Computação para indução no Qualis-CC. Explica-se: até ano passado, tinhamos apenas o CEIE (Informática na Educação), sem o GIEC (Educação em Computação). Desta forma, alguns eventos importantes de Educação em Computação não tinham sido contemplados pelas indicações Top10 e Top20 do CEIE. O CA-CC foi receptivo à proposta, pedindo o encaminhamento via SBC.

Após a reunião com o CA-CC, a palavra foi cedida à Itana para falar sobre o Poscomp. Além se atuar como um exame cujos resultados podem ser utilizados para seleção dos programas de pós-graduação, ele também funciona como um meio de captar associados para a SBC. Não tivemos POSCOMP em 2020 devido à pandemia e, em 2021, não foi publicado o edital. Para 2022, a tendência é que aconteça, embora existam propostas para estender o escopo do POSCOMP e mudar para o modo online. Esse tópico será rediscutido dentro do fórum de coordenadores.

Enfim, tivemos a eleição do novo coordenador do Fórum. O Flávio de Oliveira Silva (UFU) será o próximo coordenador, sendo que o Vitor (UFES), que é o atual coordenador, será o vice-coordenador.

work/fórum_ppgc_2021.txt · Last modified: 2021/07/20 01:17 by magsilva